Rios de Saberes é um longa-metragem de 62 minutos, montado e produzido pelo Projeto de Extensão e de Educação Audiovisual Uni Escolas Cinema da Universidade do Estado do Pará - Campus Vigia, que, junto com o Instituto de Ciências da Educação e o Grupo de Pesquisa em Educação Rural da Amazônia - Geperuaz, ambos da Universidade Federal do Pará, traz a inserção documental da pesquisa latu sensu de Edel Moraes, Oscar Barros e Eduardo Campos sobre a Educação do Campo na Amazônia Ribeirinha no município de Curralinho, Ilha do Marajó.
O filme provoca o debate, como tema gerador, sobre o sistema de nucleação das escolas e o transporte escolar de crianças e jovens que moram/estudam "às margens" dos rios amazônicos; como temas transversais, traz o escalpelamento de jovens adolescentes, a deficiência auditiva causada pelos barulhos dos motores dos barcos, o baixo rendimento escolar dos alunos que passam horas se deslocando para a escola e volta pra casa, a evasão escolar, o enfraquecimento da participação dos pais no acompanhamento das atividades escolares dos filhos, a merenda escolar, a qualidade do transporte escolar, a qualificação dos profissionais [barqueiros e monitores] e o fechamento das escolas multisseriadas nas comunidades, entre outros assuntos como políticas públicas sobre a presença/ausência do/a estado/educação nos povoados A problemática é contextualizada nas vozes dos protagonistas envolvidos, entre educandos, educadores, gestores educacionais, pesquisadores, pais, e atores sociais que trabalham diretamente com essa demanda.
A pesquisa foi coordenada pelo Professor Dr Salomão Hage, que assina também a direção com o cineasta paraense Darcel Andrade, coordenador do Uni Escolas Cinema. Os dois, imprimem suas experiências como pesquisadores no filme, uma vez que Darcel Andrade é mestre em educação e dispõe de conhecimento em Antropologia Social, disciplina que concluiu como aluno especial do doutorado pelo conceituado Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da UFPA, o NAEA. Em visão ampliada, as imagens produzidas pela pesquisadora Edel Moraes foram aproveitadas para a concepção do filme, que adota uma narrativa dialógica entre os protagonistas que falam da pesquisa em ambiente e cenário peculiares da Amazônia. Na ficha técnica encontramos a habilidade de Sávio Palheta que trabalhou o tratamento das imagens e realizou a edição, sempre acompanhado pelo olhar atento dos diretores e pesquisadores.
O filme teve sua pré-estréia na XV Feira Pan-Amazônica do Livro em setembro de 2011, no Hangar Centro de Convenções do Pará, e foi muito bem recebido pelo público presente. Agora aguarda apoio para a produção das cópias e distribuição nas escolas, comunidades e instituições interessadas.
Darcel, super interessante! Parabéns pelo trabalho. Desculpa aí, mas vou fazer uma crítica... acho meio esquisito vc escrever aqui em terceira pessoa. No mais, achei o blog super maneiro e preciso assistir o "rios de Saberes"! Nem vi mas já gostei ;)
ResponderExcluirObrigada.
Oi, Bia
ResponderExcluirLegal sua intervenção, que é bem pertinente. Mas é difícil eu falar de minhas próprias experiências na 1ª pessoa, parece que estou me elogiando pelo trabalho que faço, auto-promoção, sabe como é... mas, se eu não falar, ninguém fará por mim, aqui no Pará não dão valor pro realizador independente, são poucas as pessoas que retribuem o que colocamos, como você, por exemplo; daí a necessidade de divulgarmos nosso trabalho, correndo o risco de ser presunçoso, daí o meu texto ser na terceira pessoa, vício de quem escreve pesquisa para manter o distanciamento e evitar a subjetivação. Mas, de vez em quando tenho recaídas... rsrs. Obrigado assim mesmo e continue conosco/comigo/com o cinema paraense papa-chibé, feito "nos dentes" e com muita vontade. Breve estaremos fazendo uma mostra de meus filmes, e assim que as cópias estiverem prontas, uma já é sua:
Grande abraço!