Uni-Escolas-Cinema

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2 comentários:

  1. PARA DARCEL ANDRADE
    São muito, muito bem vindos esses espaços alternativos que tratem do mundo da arte, da arte pela arte, mas não só; de uma arte que flerte sempre com o saber científico, de uma arte que dialogue com outros artistas, de uma arte que se queira aberta às críticas, propondo reflexões, debates, trocas, conjunturas...
    Que bom, Darcel! Eis-me aqui, a seu lado para divulgar, propor, compartilhar, crescer, amadurecer, ver e rever...
    A arte na contemporaneidade anda de braços dados com as novas tecnologias. Andamos meio perdidos em meio a esse arsenal que, dia a dia, se renova, se refaz. Nós, como criadores, como apreciadores, como consumidores, como críticos do labor estético, corremos, atabalhoadamente, atrás disso tudo, tentando não só acompanhar (o que, na realidade, é impossível!), mas, minimamente, compreender por onde andam e aonde levam os novos rumos dessa parceria irrevogável que se estabelece entre ciência e arte, entre arte e os ditames tecnológicos, entre o virtual e o real. Aliás, hoje em dia, cabe questionar o que é mais real, se a nossa realidade cotidiana ou o mundo que ‘rola’ nas redes sociais da internet.
    Tudo se reveste de novos sentidos: o ato de ler, a recepção das linguagens artísticas, a apreensão do mundo, da cultura. A palavra (sobretudo a palavra artística) perde terreno para a imagem. As imagens, por vezes órfãs e destituídas de sentidos, se tornam reféns dos próprios contextos, e, de certa forma, reivindicam a volta das palavras. A nossa capacidade de leitura, de apreensão se anestesia, impotente, frente ao volume de textos (verbais e não-verbais) que têm lugar no mundo do aqui, no mundo do agora. No imediatismo do presente, a velocidade e a quantidade das informações, nos tomam e nos levam de roldão. Como saber? Como proceder? A que se ater? O saber acadêmico, erudito, científico, no mundo virtual, se expõe ao lado das banalidades cotidianas. Mesmo o saber científico se desmistifica, traduzindo-se, por vezes, em sandices inomináveis. Como, pois, nesse contexto, selecionar? Usando a metáfora bíblica, como propor separações entre o joio e o trigo? Tudo nos toma, tudo nos absorve. Já não vemos: SOMOS VISTOS! Nossos discursos se perdem no emaranhado de outros discursos disformes, caóticos, ao ponto de, no enrolar assimétrico do novelo, não podermos mais distinguir com precisão sequer a nossa própria voz. Verdadeira Babel polifônica! Daí, talvez, advenha a busca fundamental que se empreende, nos nossos dias, pela identidade. Fragmentados, desunidos e unidos, caminhamos de perplexidade em perplexidade, no limiar do previsível, mas tangidos pelo imprevisível... A pergunta imediata, premente, que nós nos colocamos não é nem como agimos, mas, sobretudo, como reagimos?!... Só nos resta, pois, quando podemos, reagir! Somos seres reais (?) que atuamos em realidades virtuais... Mas como é ser, na contemporaneidade? Sem o virtual, perdemos a nossa dimensão material... O olho do outro (virtualmente) nos confere autenticidade, redimensiona a nossa identidade... Paradoxalmente, somos e, ao mesmo tempo, já não somos...

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  2. (continuando e finalizando)

    Que a arte nos redima! Que a poesia nos alcance! Que os nossos gostos, as nossas formas de sentir, as nossas possibilidades de apreensão se reeduquem!... Que a nossa sensibilidade (nunca tão abstrata quanto agora) não se perca no caos das futilidades que imbecilizam e demarcam o ser humano, reduzindo-o a mero consumidor passivo e alienado. Em “A Costa dos Murmúrios”, belo e denso romance português dos nossos dias, de autoria de Lídia Jorge, a escritora nos adverte que 'a pouco e pouco as palavras isolam-se dos objetos que designam, depois das palavras só se desprendem sons, e dos sons restam só os murmúrios, o derradeiro estádio antes do apagamento’. As linguagens, em suas diversas possibilidades de efetivação e consequente propagação, se tornam superficial, só dizem e revelam parcialmente. Os discursos se perdem na banalidade do nada dizer. As palavras perdem os sentidos. Todos, mas, sobretudo, os jovens carecem de norte, de rumo, de metas. Os desejos, banalizando-se, se aprisionam ao consumismo dos comerciais. Que a arte nos redima! Que a arte nos reumanize!... Que a arte, em suma, nos devolva ao prazer estético!
    Bem vindo, portanto, esse seu espaço virtual em que imagens e palavras, propondo diálogos estéticos, possam vicejar no marasmo árido da contemporaneidade!...
    Beijos n'alma, meu querido amigo!. Sucesso, sempre!
    JOEL CARDOSO

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