rios
de S a b e r e s começa com uma conversa
entre os diretores, Salomão Hage e Darcel Andrade, em uma viagem para o
município de Igarapé-Mirim a 2 horas de carro da capital paraense, com o
objetivo de participar de um encontro de professores em educação do campo. Os
dois professores e pesquisadores têm muitos assuntos sobre produção acadêmica,
entre elas, uma pesquisa sobre Nucleação e Transporte Escolar no município de
Curralinho, Marajó, quando Salomão anuncia ter muitas fotografias produzidas
durante a pesquisa, e que deseja aproveitá-las de alguma forma. Dois outros
professores também partilham da viagem e conversam paralelamente, todos
envolvidos nos temas que mais lhes são convenientes, afinal, a viagem é longa e
assunto não falta.
Darcel
Andrade demonstra interesse em reunir esse material e construir um roteiro, e
que isso pode render, quem sabe, um painel de memórias do Geperuaz, ou seja, do
Grupo de Pesquisa em Educação Rural da Amazônia, este coordenado pelo Professor
Salomão Hage, do Instituto de Ciências da Educação da Universidade Federal do
Pará – ICED/UFPA.
A
semana segue, de posse das fotografias, Darcel confirma a qualidade das imagens
produzidas e inseridas em monografia pelos pesquisadores Edel Moraes, Oscar
Barros e Eduardo Campos, ao final do curso de Especialização no tema em foco. A
questão agora é aproveitá-las.
Dias
depois, os diretores sentem necessidade de desenhar um roteiro que venha
contemplar os objetivos de melhor divulgar as ações do Geperuaz e suas
pesquisas, melhor ainda, de agregar valores junto às comunidades envolvidas e
devolver a elas o que lá foi produzido. Sugem então a idéia de se fazer um
documentário, sem perdem a alma do objeto acadêmico e sem deixar de fora a
ludicidade criadora da obra audiovisual. Desafio posto.
Reuni-se
então os pesquisadores para gravar o off
do texto/roteiro, baseado na pesquisa
realizada por eles mesmos. A idéia é fazer suas vozes transitarem nas
ilustrações das fotografias, com recortes de categorias elencadas do próprio
texto. Professor Salomão também é convidado por Darcel Andrade a discorrer
sobre a Coordenação da pesquisa e do Geperuaz.
As
entrevistas de Edel Moraes e Eduardo Campos são gravadas à beira do lago
Bolonha, na mata do Utinga, manancial que abastece a grande Belém; a de Salomão
Hage é gravada à beira do rio Guamá, rio que contorna a Universidade Federal do
Pará. É um trabalho de produção, exigindo deslocamento de equipamento e da
equipe técnica, constituída apenas de dois profissionais, Darcel Andrade e
Sávio Palheta, e mais os atores sociais já anunciados. Sávio Palheta é parceiro
de Darcel Andrade nas fabulosas edições de seus filmes.
Todas
as vozes, agora, são mosaicos que se encaixam como moldura das imagens,
transformadas em fotogramas. O filme ficou com o tempo de 62 minutos, um
longa-metragem cadenciado no ritmo de um barco, como se transportasse alunos de
escolas ribeirinhas à espera do tempo necessário para chegar à escola. O
assunto é pertinente para quem discute nucleação e transporte escolar na
Amazônia ribeirinha; interessante para quem busca uma educação de qualidade em
seus municípios, cidades e comunidades; e necessário para quem trabalha com
gestão educacional no norte brasileiro.
O
espaço conquistado na XV Feira Pan-Amazônica do Livro em telona e som de
qualidade no último dia 5 de setembro faz do filme um espectro de debate e
instrumento catalisador de uma discussão que se inicia em todas as escolas e
secretarias de educação do Marajó e, ampliando, para todo Estado do Pará e
Amazônia, se interesse houver das instituições envolvidas, particularmente, as
prefeituras.
Edel Moraes, Oscar Barros e
Eduardo Campos estão prontos para somar à caravana e trajetória
do rio de S a b e r e s , juntamente com os diretores Darcel
Andrade e Salomão Hage, que agora finalizam parcerias para a multiplicação de
cópias e distribuição do filme nas
escolas e comunidades, por onde passar o ICED da UFPA. Estão convidadas as Secretarias
de Estado de Educação e de Cultura, bem como as Prefeituras municipais.
Enquanto isso, o editor
Sávio palheta ajusta o novo formato de apresentação do filme, com as novas
vinhetas da antena-pará-brasil e Uni Escolas Cinema, produtoras
do rio de S a b e r e s, junto com o Geperuaz e UFPa. Cartazes e banners
estão sendo produzidos em forma de painéis, com as fotos, para montar uma
espécie de vídeo-instalação nos locais de projeção e palestras.
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