terça-feira, 14 de abril de 2015

CANCION PARA O MESTRE GALEANO

"OBEDIÊNCIA NÃO PODE SER O DESTINO DA AMÉRICA LATINA
[...] SOMOS BEM MAIS DO QUE SABEMOS QUE SOMOS" Eduardo Galeano


Particularmente só li Veias Abertas da América Latina e aprendi a desaprender alguns dogmas colocados em discursos do poder instituído e isso devo, em grande parte, a  este pensador.  Já apresentei Galeano em sala de aula e seu pensamento reverbera o senso crítico dos que, por ele, se interessam. Dele, há uma máxima que me impulsiona todos os dias, me faz caminhar e não desistir nunca. Eu que estou longe e perto da minha utopia, essa palavrinha mágica que carrego no peito e me faz valer os sentidos da vida. 





Abaixo, a nota que recebi no grupo que pertenço, escrita pelo confrade Luiz Zanin.

13 Abril 2015 | 10:42
Morreu hoje o grande escritor uruguaio Eduardo Galeano, conhecido por seu polêmico livro As Veias Abertas da América Latina. Galeano tinha 74 anos e sofria de um câncer de pulmão. Faleceu em Montevidéu, sua cidade natal.

> Galeano foi jornalista e autor prolífico, autor de vários livros como La Cancion de Nosotros, Dias y Noches de Amor y de Guerra, Memoria del Fuego, Las Caras y las Mascaras e El Siglo del Viento, entre outros. Será lembrado, no entanto, por sua obra mais conhecida, As Veias Abertas da América Latina, misto de ensaio e história sobre a exploração econômica do continente. Galeano era homem de esquerda e, portanto, sempre foi combatido por quem entende que a exploração é um dado natural da vida e os fortes têm sempre razão.

Lembro de quando seu livro foi detonado no Brasil por críticos “inteligentes”, jovenzinhos sem experiência de vida e ávidos por agradar o patrão. Tentando jogá-lo no ridículo, desqualificam sem qualquer fundamento suas análises para as raízes da pobreza e da opressão em nosso subcontinente. Inútil dizer que os críticos envelheceram, passaram e Veias Abertas continuou vendendo incontáveis edições e foi traduzido em vinte idiomas diferentes.

O meu Galeano favorito é o singelo Futebol ao Sol e à Sombra, aqui editado pela LP&M. É uma coletânea de pequenos ensaios sobre futebol, escritos em estilo caloroso e de pegada humanística. Galeano era um fã do futebol bem jogado e, uruguaio, rendia-se à mística da conquista do seu país em 1950 em pleno Maracanã. O artigo consagrado a Obdulio Varela, capitão da seleção uruguaia no “Maracanazo”, é uma pequena obra-prima. Galeano escreve sobre Pelé, Garrincha, Maradona, Zico e tutti quanti. Gostava do artista da bola e abominava a política montada em torno do jogo, no que fazia muito bem.

Melhor ainda. Escrevia sobre futebol com classe, inteligência raras e calor humano. Seu estilo é despojado e primoroso. Ninguém consegue parar de ler. Se você ainda não conhece Galeano, comece por esse pequeno livro. Conselho de amigo.

Tags: Eduardo Galeano, Futebol, Maracanazo, Obdulio Varela, Veias Abertas da América Latina

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Galeano construiu uma história da América com sensibilidade e rigor.

A animação Uma história de amor e fúria se inspira profundamente na sua obra.
Um mestre imortal. Profundo e acessível. Indignado e apaixonado.
Faltam mais galeanos em nossos tempos tão coxinhas: uma esquerda sem rumo, parecida com o que combatia, e uma direita ainda patriarcal, corrupta e patrimonialista, agora de braços dados com fundamentalismo religioso e milícias.

Luiz Bolognesi

Enviado do meu iPad

 Em 13/04/2015, às 12:19, Solange Souza Lima escreveu:

 Muito triste.
 Hoje sangram, pelo luto, As Veias da América Latina.
 Perdemos um pensador extraordinário, que se dedicou aos estudos de uma nova ordem econômica.

 Adeus a Eduardo Galeano (1940-2015)



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