quinta-feira, 15 de setembro de 2011

As últimas do cinema

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SEDA discute Cinema e Educação

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Amigos,

Fui convidado para compor uma mesa de debate nesta última terça, dia 13 de setembro, na Semana do Audiovisual SEDA, no espaço Benedito Nunes da Livraria Saraiva em Belém, conforme nota abaixo. Apresentei-me como realizador audiovisual independente e professor coordenador executivo do projeto de extensão cineclubista Uni Escolas Cinema aprovado pela Universidade do Estado do Pará, Campus Vigia.

Na exposição, coloquei a possibilidade de articular o cinema e a educação em sala de aula ou fora dela, envolvendo escolas e comunidades do entorno, como práticas libertadoras de uma educação também libertadora. Na sequencia, sintetizei como o projeto Uni Escola... funciona no envolvimento Universidade, escolas e comunidades, com a participação de professores e alunos universitários e de escolas públicas, todos envolvidos em ações interdisciplinares.

Esclareci que isso é um processo que se está construindo na busca de interfaces para chegarmos em alguns caminhos metodológicos, repito, caminhos, trilhas, pistas para caminhar em comunhão com os conteúdos construídos coletivamente na produção de conhecimento.

Esclareci também, que a inserção da disciplina "Audiovisual Brasileiro; arte e expressão cinematográfica" no ensino fundamental e médio pode ser uma alternativa [não solução] para aquebrantar a estrutura dos currículos rígidos que a escola oferece na educação brasileira; uma vez criados os cursos de graduação em cinema nas universidades e IES, penso na necessidade de se ter um  canal para que o aluno, na escola, seja oportunizado de conhecer alguns conteúdos do cinema nacional, ainda que seja de forma bem elementar, como práxis e produção coletiva, de sociabilidade.

Sabemos que há discordância quanto ao modelo e formato [engessado] da estrutura de ensino, mas, enquanto não se descobre ou acontece outras frentes de intervenção de se colocar o cinema/filme nas escolas, ou seja, de fora pra dentro, podemos desconstruir esse paradigma segregador e acoplar nas correntes postas da educação uma atividade lúdica e libertadora.

Logo, aposto na aplicação de três versões: a primeira, que vai ao encontro da segunda, entender a célula chamada "escola" que possui uma estrutura curricular rígida e de reprodução de conhecimento, onde precisamos decodificar seu DNA como um vírus, entrar nela, e depois "contaminá-la" [no bom sentido], daí a disciplina; a segunda versão é a de se trabalhar a arte de fazer cinema envolvendo todas as linguagens artísticas que ele proporciona, estudar o audiovisual de maneira informal, com liberdade, articular as diversas manifestações na produção de conhecimento por fora desse sistema rígido de ensino, daí a inserção cineclubista; e a terceira versão é o diálogo entre as duas primeiras. Vejo isso como estratégia de políticas públicas. O Uni Escola Cinema acredita na segunda versão, mas não perde o foco de entender que, neste primeiro momento, todas as possibilidades são válidas.


No debate, contamos com a presença de professores, educadores, realizadores, estudantes universitários de diversas áreas do conhecimento, falamos da Pedagogia Libertadora e da Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire, como base para fundamentar a inserção do audiovisual na educação brasileira, pois o cinema é uma das várias formas de se produzir conhecimento de forma coletiva e compartilhada e pode muito contribuir e ajudar a educação da forma como ela está posta. Estudar e praticar cinema na escola não é formar artistas, mas formar cidadãos mais críticos, fazer diagnoses das problemáticas das comunidades do entorno, transformar em projetos sociais e devolver à sociedade possíveis alternativas de inclusão e participação.

A questão não é o filme em si, nem a escola em si, mas a educação que podemos conduzir/construir na interface dessas duas categorias.

Parabéns à turma da SEDA, o debate foi engrandecedor!


"Todo o ponto de vista é a vista de um ponto"
Boaventura de Souza Santos


p.s.Para conhecerem mais sobre o Uni Escolas Cinema, acesse postagem mês de agosto neste blog.


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segue nota da SEDA

Diário de Bordo - Cobertura Colaborativa #1



 Ontem, dia 13, aconteceu a primeira mesa de debates da SEDA Belém no espaço Benedito Nunes na Livraria Saraiva, composta por Darcel Andrade, Arthur Leandro e Josi Miranda. O tema discutido foi a importância do cinema para a educação dos jovens.
Darcel, produtor independente e cine-educador, iniciou o debate levantando a questão do projeto que consiste em incluir uma disciplina de audiovisual nas escolas, a fim de exercitar o olhar e a linguagem críticos. Já Arthur, professor de Artes da UFPA, alegou que inserir uma disciplina em uma instituição escolar seria um aprendizado muito “formal”, e que, na verdade, os artistas não precisam da escola para despertar o seu talento, mas sim correm atrás de seu descobrimento. Arthur discorda ainda dessa maneira imposta de descobrir o sentido das artes em nossas vidas, e defende: “eu acredito na educação, não na escola.”  



 Josi Miranda, estudante de cinema da UFPA que também compôs a mesa, comentou sobre suas expectativas positivas para o curso; porém criticou o fato que, por ser novo, ainda oferece pouco aos estudantes.
Após o debate, a mesa foi aberta para perguntas dos participantes presentes e dos que acompanhavam online.
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